MARCO ZERO / GROUND ZERO: FORTE DO PRESÉPIO
(visitado em outubro/2016 visited on October/2016)
Fundada em
12 de janeiro de 1616, Belém tem parte de sua rica história remontada em seus
casarões antigos e pontos turísticos como o Complexo Feliz Lusitânia, além de
igrejas como a primeira erguida na capital: a Catedral Metropolitana de Belém.
Doutor em
História Cultural e das Mentalidades, o historiador Geraldo Mártires Coelho,
relembra: o embate entre portugueses e espanhóis contra os franceses no Maranhão,
no início do século XVII, motivou a expedição saída da capital São Luís que
aportou em 12 de janeiro de 1616 no marco zero de Belém: um ponto situado na
confluência dos rios Pará e Guamá, chamado pelos índios Mayri, em terras então
ocupadas pelos Tupinambás.
Naquele dia
e naquele local, o comandante da expedição originária do Maranhão, Francisco
Caldeira de Castelo Branco, fundou uma praça forte necessária para os combates
com os índios Tupinambás, os então donos da terra. A construção foi chamada de
Forte do Presépio.
“O Forte do
Presépio estava localizado onde hoje se encontra o Forte do Castelo, no coração
da Cidade Velha. Daquela fortificação, portanto, partiram os homens – e seus
motivos – para a lenta construção da cidade, abrindo ruas, erguendo casas,
elevando igrejas. Os primeiros momentos da história de Belém, como, aliás,
ocorreu em outros cenários do Brasil, foram de luta contra os índios, aqui, os
Tupinambás. Foi quando os fundadores da cidade tentavam abrir os primeiros
espaços fora da área militarizada do Forte do Presépio”, explica Mártires.Ainda
segundo o historiador, foi durante o governo do Capitão-Mor Bento Maciel
Parente (1621-1626) que a capital começou a ser construída de fato e suas
primeiras ruas foram abertas. “Rua do Norte, rua do Espírito Santo e rua dos
Cavaleiros, atuais Siqueira Mendes, Dr. Assis e Dr. Malcher, respectivamente.
Nesses espaços ganhos à floresta foram erguidas as primeiras casas, construções
modestas feitas de madeira, barra ou palha, onde se estabeleceram aqueles
anônimos homens. Apareciam também os símbolos da fé, como a capela de São João,
a segunda casa católica a ser erguida em Belém, e firmava-se a presença de
religiosos, com os carmelitas, mercedários, franciscanos e jesuítas”, conta.
Dentro deste
cenário, a cidade de Belém continuava a crescer. O local habitado pelos
fundadores corresponde, hoje, ao bairro da Cidade Velha. Depois disso, surgiram
novas ruas e o bairro da Campina.
“A Belém de
então não era mais apenas a Cidade Velha. No final do século XVII, a Campina
era o espaço dilatado do corpo da Belém primitiva; no século seguinte, lá
seriam erguidas as igrejas das Mercês, de Sant’Ana, do Rosário dos Homens
Pretos e de Santo Antônio. Tal era a importância do Grão-Pará que, em 1656,
vinte anos depois do estabelecimento da Companhia de Jesus em Belém, aqui
esteve e pregou na sua igreja matriz o grande Padre Antônio Vieira, superior
das missões jesuíticas no norte do Brasil e homem de grande poder junto ao rei
Dom João IV de Portugal”, disse Mártires.
O NOME DE
BELÉM
A capital
paraense ganhou o nome de Santa Maria de Belém, pois este foi o nome dado à
igrejinha construída na época de fundação da cidade onde, hoje, é chamada da
Catedral Metropolitana de Belém ou Catedral da Sé.
“A fundação
de Santa Maria de Belém do Grão Pará representou um dos mais significativos
momentos nos quadros da construção do Brasil. Ao longo do período compreendido
entre os séculos XVII e XXI, a Amazônia inscreveu-se, e segue inscrevendo-se,
como um espaço de provocações e desafios. Assim foi para o governo de Portugal,
no período colonial, como o foi depois para o governo do Brasil independente.
Sem ser nem inferno verde nem paraíso perdido, ainda que tocada pela aura da
maravilha, a Amazônia, e nela Belém do Grão-Pará, segue sendo um lugar de
desafios. Cabe a nós responder a eles”, finaliza o historiador.
Atualmente,
o Forte é um dos mais procurados pontos turísticos da cidade, por sua
localização privilegiada e seu sentido histórico. Ele integra o complexo
arquitetônico e religioso da cidade velha, a Feliz Lusitânia, que também inclui
a Praça D. Frei Caetano, o Palacete das Onze Janelas, o Museu de Arte Sacra
(antigo Palácio Episcopal), a Catedral Metropolitana de Belém e a Ladeira do
Castelo.
(fonte:
wikipedia, http://arcidae10.rssing.com/chan-6179482/all_p236.html)
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